sábado, 18 de junho de 2011

Jogos cooperativos – aprendendo em grupo

Os Jogos Cooperativos surgiram com a constante valorização dada ao individualismo e a competição das quais foram condicionadas e aprendidas como única e melhor forma de caminho existente. Recuperar o papel socializador dos jogos e brincadeiras nas escolas pode ser uma opção para propiciar novas formas de relações sociais. Os Jogos Cooperativos servem para nos libertar da competição, e derrubar o mito que é a competição que nos faz evoluir. Seu objetivo maior é a participação de todos por uma meta comum. A agressão física é totalmente eliminada, cada participante estabelece seu próprio ritmo, todos se enxergam como importantes e necessários dentro do grupo. Aumentando a confiança e auto-estima. Reforçando essa idéia, Soler (2003) afirma que:
“No jogo cooperativo cada aluno é responsável por contribuir com o resultado bem-sucedido do jogo. Isso faz com que os alunos se sintam co-responsáveis e co-participantes. Logo, o medo de ser rejeitado pelos outros é eliminado, aumentando o desejo de se envolver, fazer parte do grupo”.
Durante as aulas de Educação Física é extremamente importante que seja trabalhado temas como os jogos cooperativos, pois estes são fundamentais para que se desenvolvam processos de formação social, afetiva, cultural. Priorizando, assim o pleno desenvolvimento da cidadania. Lembramos também que existem alguns paradigmas diante dos jogos cooperativos, pois alguns educadores acreditam que tais jogos sejam a solução para os problemas de ordem social e de conflitos dentro da escola. E como sabemos estes jogos não atuam como única saída para estes problemas. Eles servem, muitas vezes como facilitadores para que sentimentos cooperativos surjam durante uma atividade prática. Um exemplo clássico dentro da Educação Física é o caso daquele aluno “fominha”, ou seja, aquele que no futebol ou qualquer outro esporte coletivo, gosta de fazer tudo sozinho e não socializa a atividade. Através de uma pequena adaptação cooperativa, que aqui preferimos chamar de jogos semi-cooperativos, a regra principal é: quem fizer o gol, troca de time! Talvez este aluno citado não se dê conta da importância de estar trocando de time, mas nós sabemos o quanto está sendo necessário que ele ajude tanto um time quanto o outro. No final, quem venceu? Não importa, o mais interessante foi à participação ativa de todos e que “ares” de camaradagem e cooperação surgiram dentro do jogo.

O EDUCADOR COMO FACILITADOR DO PROCESSO

Mediar à relação que as crianças estabelecem entre si talvez seja a principal ação do educador se tratando de atividades recreativas bem direcionadas para crianças em idades escolares. Como assim? O educador auxilia o processo de desenvolvimento das capacidades infantis, tais como: tomadas de decisões, construção e apreensão de regras, cooperação, diálogo, solidariedade etc. Assim, o educador favorece o desenvolvimento de sentimentos de justiça e atitudes de cuidado que a criança passa a ter consigo mesma e com as outras pessoas. Diante disso, TEIXEIRA afirma que:
“Brincar é fonte de lazer, mas é, simultaneamente, fonte de conhecimento; é esta dupla natureza que nos leva a considerar o brincar como parte integrante da atividade educativa. Brincar é uma situação em que a criança constitui significados para assimilação dos papéis sociais e compreensão das relações afetivas que ocorrem em seu meio, bem como para a construção do conhecimento.”
(2010, p 44)
 Portanto, o educador participa das atividades recreativas, além de organizá-la, observá-la e avaliá-la. Para isso, o processo de observação das crianças durante as atividades torna-se fundamental. O educador, quando considera a criança um ser ativo em seu processo de desenvolvimento, faz a mediação entre ela e seu meio, podendo utilizar recursos como: materiais, brinquedos, atividades plásticas, músicas etc. Mas atenção: é fundamental e de extrema importância o modo pelo qual o educador se relaciona com as crianças. O educador deve interagir com a criança de modo a ser um facilitador, interventor, problematizador e propositor de novas idéias, espaços e brincadeiras, levando em conta as reações das mesmas e as encorajando em seus modos de brincar e de compreender o mundo. Assim, o educador e as crianças, juntos, poderão transformar e descobrir diferentes modos de se relacionar. Quando o educador compartilha uma brincadeira ou jogo com a criança, ele pode ajudá-la a enfrentar eventuais insucessos, estimular seu raciocínio, sua criatividade, reflexão, autonomia etc. Isto quer dizer: quando o educador tem intenção de brincar junto com a criança, pode criar diversas situações que estimulem o seu desenvolvimento, sua inteligência e afetividade. Cabe ao professor criar situações adequadas para provocar curiosidade na criança e estimular a construção de seu conhecimento. Pode-se perceber nesse momento, a importância de proporcionar à criança a vivência de situações concretas com jogos diversos e múltiplas atividades que favoreçam a construção de um ambiente estimulador e atraente. A tarefa essencial do educador deve estar voltada para seduzir o aluno, para que ele deseje e, desejando, aprenda. Neste sentido, se tratando do brincar, Alves (2008, p. 42) defende que:
“É brincando que a gente se educa e aprende. Alguns, ouvindo isso, pensam que quero tornar a educação coisa fácil. Coitados! Não sabem o que é brincar! Brinquedo fácil não tem graça. Brinquedo, para ser brinquedo, tem de ter um desafio”.

SOS RECREAÇÃO - O ser humano precisa brincar

Artigo Marcus Nunes e José Ricardo.
Pode-se dizer que o ato de jogar é tão antigo quanto o próprio homem, pois este sempre demonstrou um impulso para o jogo. Jogar é uma atividade natural do ser humano. Através do jogo e do brinquedo, o mesmo reproduz e recria o meio circundante. Neste sentido, é correto dizer que a brincadeira simbólica fornece à criança a possibilidade de ir ao outro, viver suas respectivas experiências e voltar novamente ao seu próprio mundo. A criança, ao brincar, desenvolve sua capacidade de refletir sobre os fatos reais de forma cada vez mais abstrata, bem como construir sua realidade, tanto pessoal quanto social. Brincando, a criança conscientiza-se de si mesma como ser agente e criativo. A relação do brincar produz e reproduz emoções, possibilitando nomear e organizar um mundo de caos para um mundo de descobertas, facilitando a abertura para o campo cognitivo. Pode-se dizer ainda que o brincar é a forma mais fácil e real para se estabelecer relações afetivas com a criança, transmitindo-lhe segurança e confiança para que a sua introdução no processo de escolarização seja saudável e prazerosa, sem sofrimentos e culpas. Através do brincar e das gratificações efetivas que acompanham esta atividade, a criança dá vazão à sua ânsia de conhecer e descobrir. Ao abordar a brincadeira de forma histórica, pode-se ressaltar que o conteúdo social da mesma tem mudado através do tempo. Porém, a sua essência raramente se altera. Dentro de cada faixa etária, o jogo da criança responde sempre às mesmas características lúdicas. Ao brincar e jogar, a criança fica tão envolvida com o que está fazendo que coloca na ação seu sentimento e emoção.
Este trabalho teve como objetivo geral mostrar que brincando e jogando, a criança ordena o mundo à sua volta, assimilando experiências e informações, incorporando atividades e valores. Esta pesquisa esforçou-se para descrever que a atividade lúdica revela-se como instrumento facilitador da aprendizagem, possuindo valor educacional intrínseco, criando condições para que a criança explore seus movimentos, manipule materiais, interaja com seus companheiros e resolva situações-problema. O brincar pode ser visto como um recurso mediador no processo de ensino-aprendizagem, tornando-o mais fácil. O brincar enriquece a dinâmica das relações sociais na sala de aula. Possibilita um fortalecimento da relação entre o ser que ensina e o ser que aprende. Todavia, o brincar, muitas vezes, acrescenta ao currículo escolar uma maior vivacidade de situações que ampliam as possibilidades de a criança aprender e construir o conhecimento. O brincar permite que o aprendiz tenha mais liberdade de pensar e de criar para desenvolver-se plenamente.
Abraços Recreativos.

Próximo Livro José Ricardo e Marcus Vinícius.

Galera,

José Ricardo e eu faremos o lançamento de dois livros na Bienal do livro deste ano no Rio de Janeiro.

Um dos livros já postamos no Blog, que irá se chamar: 245 Jogos Lúdicos - para brincar como nossos pais brincavam!

O outro livro terá o seguinte nome: 120 dinâmicas de grupo - criatividade e o prazer de conviver!

Os livros serão lançados pela WAK editora - RJ, Copacabana.

Aguardem...

Abraços recreativos,

Marcus Nunes e José Ricardo.