quinta-feira, 17 de novembro de 2011

BRINQUEDOS QUE MEUS PAIS BRINCAVAM...

      No tempo dos nossos pais ou avós, a vida das crianças era brincando nas calçadas, nas ruas, nas praças, nos muitos terrenos descampados da cidade e nos sítios e nas fazendas do interior. As brincadeiras eram mais simples, porém, muito divertidas. Existiam
brincadeiras de meninos e brincadeiras de meninas. Mas tinham também as brincadeiras para ambos os sexos. As brincadeiras de meninos estimulavam competições e atividades físicas, enquanto as brincadeiras das meninas eram geralmente relacionadas à vida doméstica e às relações afetivas. Essas mesmas brincadeiras fazem parte do patrimônio lúdico-cultural, traduzindo valores, costumes, forma de pensamentos e aprendizagem. E, assim, os jogos e as brincadeiras podem ser capazes de fornecer à criança a possibilidade de ser um sujeito ativo, construtor do seu próprio conhecimento, alcançando progressivos graus de autonomia diante das estimulações do seu ambiente.


     Hoje, vivemos em novos tempos, a marca da industrialização, belíssimos na forma, iguais entre si e impostos à criança  pelos meios de comunicação de massa. Tempos de globalização, quebra da singularidade do sujeito. Assim, a subjetivação da criança se faz em um outro cenário. As brincadeiras de fundo de quintal foram substituídas e reduzidas a um quarto, a uma tela de televisor, aos computadores, à tecnologia avançada e, quando não é reduzida por esses motivos, a sua liberdade é tolida pela violência instalada na maioria dos grandes centros urbanos. A relação da criança não é mais com outra criança, mas com a imagem virtual. Com isso, as emoções se perdem nesses circuitos eletrônicos, e a criança passa a ter como melhor companhia a máquina e as imagens virtuais. Os sentimentos e as relações interpessoais se tornaram frios nos dias atuais. Basta observarmos com mais carinho em sites de relacionamentos, onde os cumprimentos de parabéns para um amigo que esteja aniversariando é feito por este veículo tecnológico, e nem um simples telefonema é realizado. Diante disto, escola e família precisam se dar conta que, por meio do lúdico, as crianças têm chances de crescerem e se adaptarem ao mundo coletivo.

ABRAÇOS RECREATIVOS
MARCUS NUNES